Perinho Albuquerque, produtor musical e guitarrista baiano morto aos 79 anos, deu forma à MPB da década de 1970

  • 18/08/2025
(Foto: Reprodução)
Perinho Albuquerque (1946 – 2025) Reprodução / Instagram ♫ OBITUÁRIO ♬ Quase não há imagens de Perinho Albuquerque na internet. Essa escassez de referências visuais contrasta com a importância deste guitarrista, arranjador e produtor musical baiano que morreu na sexta-feira, 15, aos 79 anos, na cidade natal de Salvador (BA). Saudado por Caetano Veloso nas redes sociais como “grande músico brasileiro”, Perinho Albuquerque estava internado em hospital da capital da Bahia, lutando contra as complicações de AVC, mas não resistiu a um infarto. “Ele foi meu companheiro e guia musical por muito tempo”, lembrou Caetano ao lamentar a morte do artista. Sim, para o grande público, o nome de Perinho – nascido Péricles Albuquerque (25 de abril de 1946 – 15 de agosto de 2025) – pode pouco ou mesmo nada significar de imediato. Contudo, quem conhece profundamente a discografia de Caetano Veloso e Maria Bethânia – para citar somente dois nomes aos quais o artista esteve ligado – sabe que Perinho Albuquerque foi nome fundamental na MPB dos anos 1970, ajudando a dar forma a discos de Bethânia, Caetano, Chico Buarque, Gal Costa (1945 – 2022), Gilberto Gil e Luiz Melodia (1951 – 2017)como guitarrista, arranjador e/ou produtor musical. No álbum Gal canta Caymmi (1976), por exemplo, Perinho arranjou o samba Dois de fevereiro (1957), a canção praieira O vento (1949) e o samba São Salvador (1960). Perinho também arranjou Drama – Anjo exterminado (1972), álbum que consolidou a trajetória de Maria Bethânia um ano após a aclamação da cantora com o espetáculo Rosa dos ventos – O show encantado (1971). Seis anos depois, Perinho produziu Álibi, álbum de 1978 que transformou Bethânia em grande vendedora de discos. E repetiu a dose com Mel (1979), outro álbum blockbuster da cantora. Irmão do baixista Moacir Albuquerque (1945 – 2000), Perinho nunca estudou música. Aos 16 anos, pôs os pés na profissão de tocar um instrumento – violão elétrico – nos bailes de Salvador (BA), fazendo parte de Carlito e seu Conjunto. O músico se tornou arranjador por intuição e observação. Com Caetano, que conheceu em 1964, ano em que começou a tocar com Bethânia em Salvador (BA), Perinho deixou marcas como guitarrista em álbuns como Qualquer coisa (1975), mas foi na discografia de Bethânia que Perinho atuou de forma mais decisiva. Todos os álbuns de estúdio da cantora na década de 1970 têm o toque de Perinho. O arranjador e músico já teria merecido lugar de honra na história da MPB somente por ter feito a direção musical do antológico primeiro álbum de Luiz Melodia, Pérola negra (1973), assinando nove dos dez arranjos do disco. Na obra de Gal Costa, Perinho assinou a direção de produção do álbum Água viva (1978), sucessor de Caras & bocas (1977), disco de alma roqueira que também teve o toque do guitarrista. Sem falar em Chico Buarque, cujo álbum de intérprete Sinal fechado (1974) teve Perinho Albuquerque na ficha técnica. Tudo isso antes de o artista se afastar da indústria da música para construir barcos e lanchas na Bahia. Enfim, Perinho Albuquerque – que saiu de cena com discrição incompatível com a grandeza do talento – é nome incontornável na MPB dos anos 1970, tendo trabalhado com os maiores nomes do gênero. Veja os melhores momentos do segundo show de Caetano e Bethânia em Salvador

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2025/08/18/perinho-albuquerque-produtor-musical-e-guitarrista-baiano-morto-aos-79-anos-deu-forma-a-mpb-da-decada-de-1970.ghtml


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