Cinco motivos que fizeram o C6 Fest se consolidar como um grande festival sem perrengues
26/05/2025
(Foto: Reprodução) Evento realizou sua 3ª edição neste fim de semana, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Air, Pretenders e Nile Rodgers foram atrações principais em line-up com destaque para indies. Abigail Morris, vocalista da banda inglesa The Last Dinner Party, se deita no palco do C6 Fest 2025, na estreia do grupo no Brasil
Divulgação
O C6 Fest realizou sua terceira edição neste fim de semana, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Herdeiro do Tim Festival e do Free Jazz, o evento manteve a tradição de oferecer uma programação diversificada e bem-organizada, sem os perrengues comuns em grandes festivais.
Abaixo, o g1 lista cinco motivos que explicam por que o C6 Fest se consolidou como um grande festival quase sem perrengues:
1) Estrutura que facilita ver shows
O festival utilizou diferentes espaços do Parque Ibirapuera: uma arena com gramado, uma tenda para 5 mil pessoas, um auditório e uma pista em um teatro. Essa distribuição ajuda a evitar aglomerações e proporciona experiências variadas ao público que paga entre R$ 340 e R$ 1.200 pelos ingressos.
2) Curadoria certeira
Organizado pela Dueto Produções, o evento apresentou um line-up que combinou jazz, rock mais alternativo, novo pop e música brasileira. A programação incluiu medalhões:
o duo francês Air apresentou o show que comemora 25 anos de "Moon Safari", seu influente álbum de estreia, mas também tocou hits classudos no final, com uma qualidade de som absurda;
o grupo oitentista Pretenders mostrou o vigor da única integrante original. A vocalista e guitarrista Chrissie Hynde merece ter suas cordas vocais estudadas. É impressionante como está cantando cada vez melhor, aos 73 anos, mesmo tendo fumado durante a maior parte de sua vida;
o encerramento foi com o guitarrista Nile Rodgers e sua banda Chic. O show currículo com clima de baile de formatura já foi testado e aprovado duas vezes no Rock in Rio.
3) Arena para indies
Wilco toca no C6 Fest 2025
Divulgação/C6 Fest
A banda americana Wilco se apresentou na tenda para uma plateia entusiasmada, que cantou até as partes instrumentais das músicas. A reação emocionou o líder do grupo, Jeff Tweedy, durante o show no domingo (25). Também na arena, o Gossip causou comoção com sua performance no sábado (24), mostrando a força de seu garage rock. O maior senão deste espaço de shows fica por conta da presença de árvores que se intrometem na visão da plateia.
4) Novidades do rock britânico que surpreenderam
As bandas inglesas English Teacher e The Last Dinner Party se apresentaram na arena e chamaram a atenção com shows que poderiam facilmente se destacar no Lollapalooza. Com bons arranjos e letras, fizeram performances mais dignas do que pelo menos 90% das novidades de TikTok que dominaram parte do Lolla 2025. Lily Fontaine, vocalista do English Teacher, precisa de cinco minutos para provar que é um nome do novo rock a ser seguido de perto. Lá pelo meio do show, dedicou a apresentação ao goleiro Alisson, do Liverpool. Em uma fase mais avançada da carreira e com mais fãs, o Last Dinner Party provou que pode ser escalado em palcos maiores em próximas vindas ao Brasil.
5) Público na medida certa
Quase 30 mil pessoas passaram pelo festival nos quatro dias, um número que permitiu ao público aproveitar os shows com tranquilidade, sem superlotação ou longas filas. Um lado negativo, porém, fica por conta da grande quantidade de convidados da organização e dos patrocinadores. Muitos deles parecem não fazer ideia do que está acontecendo nos palcos. As conversas paralelas atrapalham quem está ali para ver gente, mas também quer ver bons shows.
O duo francês Air toca no C6 Fest
Divulgação
g1
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